Churn Rate é a métrica usada para verificar a perda de clientes de uma empresa em um determinado período. Isto é, sua função é acompanhar a rotatividade de clientes em um intervalo de tempo. Logo, monitorar tal indicador é crucial para acompanhar a saúde da companhia.
Principais aprendizados deste artigo:
- Churn Rate ou Taxa de Churn é um dos indicadores mais importantes para analisar como vai a saúde de um negócio. Ele revela o percentual de clientes que uma empresa perde em um determinado intervalo de tempo, ou seja, os consumidores que deixam de ser seus clientes.
- O cálculo da Churn Rate se dá a partir da seguinte fórmula: Churn Rate (%) = total de clientes perdidos no período ÷ número total de clientes ativos no início do período x 100.
- Uma estratégia muito importante para manter uma taxa de Churn baixa é focar no perfil de clientes que realmente vão se beneficiar da solução que a sua empresa oferece, pois estão mais propensos a relações de longa data.
- O sucesso do seu negócio depende das métricas que você acompanha. Para aprender mais sobre este assunto, baixe nosso e-book gratuito – Indicadores de Vendas e Marketing: KPIs que você deve usar.
Todo negócio perde alguns clientes de vez em quando. E em tempos de crise, a culpa pode até não ser sua… mas isso não é desculpa para não tomar providências.
A Churn Rate ou Taxa de Churn é um mero termômetro. Quando você nota que ela aumentou, significa que sua empresa está perdendo muitos clientes agora, mas é sinal de que você deveria ter feito algo antes. Entendeu?
É como aquela velha frase, já bem antiga, que com certeza você já deve ter escutado: “depois da casa arrombada, cadeado à porta”.
De modo geral, quanto melhor você atender às necessidades de seus clientes, mais difícil será que eles deixem sua empresa.
Neste post, além de explicar detalhadamente o que é Churn Rate, apresentamos outras métricas relacionadas à taxa, como detectar essa tendência, formas de prevenção e quais providências tomar antes que seja tarde. Acompanhe!
Churn Rate: um guia completo para frear a perda de clientes
Abordaremos os tópicos a seguir com base na opinião de especialistas que discutem questões relacionadas à fidelização e retenção de clientes, com o objetivo de diminuir as taxas de churn de empresas.
É válido ressaltar que sempre haverá alguma perda de clientes em qualquer tipo de negócio. O importante é ficar atento para saber os motivos dessas saídas de clientes, como isso vai afetar suas receitas e que medidas tomar para diminuir essa tendência.
Definição de Churn Rate
Para que nossa definição fosse a mais precisa possível, assim como a forma de calcular a taxa de Churn Rate, fomos buscar o auxílio de um livro que se tornou referência no assunto: O guia essencial de métricas SaaS, de Leandro Faria.
Mas antes de prosseguirmos, talvez você esteja se perguntando: por que métricas SaaS?
Empresas SaaS (Software as a Service), isto é, que comercializam softwares como um serviço mediante assinatura mensal, são muito sensíveis à Churn Rate.
E isso é fácil de entender: como recebem um valor mensal pelas assinaturas dos softwares, se elas começarem a diminuir mês a mês, suas receitas vão despencar.
Por esse motivo, as empresas SaaS acompanham, com muita frequência e atenção, a taxa de churn. Mas é importante lembrar que essa não é, de forma alguma, uma exclusividade do mercado de SaaS.
Portanto, seja qual for seu ramo de atuação no B2B, entender melhor o que é a taxa de churn e maneiras de diminuí-la, sempre será útil.
- Você pode saber mais sobre empresas SaaS lendo este post – SaaS em Cloud: saiba tudo sobre Software as a Service
O que é Churn Rate?
Churn rate é o percentual de clientes que uma empresa perde em um determinado intervalo de tempo, seja devido a cancelamento de assinatura ou por simplesmente deixar de comprar. Em outras palavras, consumidores que deixam de ser clientes, por parar de usar seus produtos e/ou serviços.
Como calcular a Churn Rate?
Para calcular a Churn Rate você deve dividir o número de clientes que deixaram sua empresa em um determinado período pelo número de clientes no início desse período. E, para obter o resultado em porcentagem, basta multiplicá-lo por 100. Logo, a fórmula para calcular a taxa de Churn fica assim:
Churn Rate (%) = total de clientes perdidos no período ÷ número total de clientes ativos no início do período x 100
Confira um exemplo de como calcular uma taxa de Churn mensal:
Uma empresa que tem 100 clientes no início do mês e perde 7 deles neste período deve fazer a seguinte conta: 7 ÷ 100 x 100 = 7%. Ou seja, sua taxa de Churn é 7%.
Mas essa não é a única medida importante de Churn Rate. Existe um outro tipo de taxa chamada Churn de Receita ou MRR Churn Rate. Porém, antes de falar sobre ela, vamos entender o que significa o MRR.
O que é MRR?
A Receita Mensal Recorrente ou Monthly Recurring Revenue, em inglês, é toda receita que uma empresa do tipo SaaS ou outras que trabalham com pagamentos mensais — como assinaturas de revistas e operadoras de TV a cabo — recebem mensalmente.
Assim, no começo do mês, a empresa que tinha 100 clientes — vamos estipular que ela cobre uma assinatura mensal de R$ 200 — tem um MRR de 200 x 100 = R$ 20.000. Em outras palavras, ela teria uma receita mensal recorrente de R$ 20.000 (se não tivesse perdido aqueles 7 clientes).
E é exatamente porque ela perde alguns clientes todo mês que precisamos calcular seu Churn de Receita. Afinal, nenhuma empresa vai para frente sem previsões que a ajudem a traçar metas e métricas sustentáveis de evolução.
E agora que você entendeu direitinho o que é MRR, vai ficar bem mais fácil calcular o MRR Churn, para depois chegarmos à taxa de MRR Churn.
O que é MRR Churn?
MRR Churn é o montante monetário que se deixou de ganhar naquele mês, em função dos clientes desistentes (clientes que “deram” churn).
Como calcular o MRR Churn?
Para calcular o MRR Churn, basta multiplicar o número de clientes perdidos pelo valor mensal que pagavam.
Em nosso exemplo: 7 x 200 = R$ 1.400
Pronto: sua empresa deixou de ganhar R$ 1.400 nesse mês devido à desistência de 7 clientes.
Agora sim, podemos calcular a MRR Churn Rate.
O que é MRR Churn Rate?
MRR Churn Rate é a porcentagem de receita que sua empresa perdeu no período em função de desistências de clientes.
Como calcular a MRR Churn Rate?
Para calcular a MRR Churn Rate, basta pegar o total do MRR Churn que calculamos (R$ 1.400 = montante referente a clientes perdidos no mês), dividir pelo seu MRR no começo do mês (R$ 20.000) e multiplicar por 100, para obter uma percentagem. Fica assim:
1.400 / 20.000 x 100 = 7%
Mas tem um detalhe: às vezes, alguns clientes perdidos tinham um plano de assinatura mais caro, de R$ 300 por mês, por exemplo. Aí, a MRR Churn Rate pode ser diferente da Churn Rate. É por isso que é importante saber calcular as duas.
Então, vamos à última continha!
Digamos que dos 7 clientes, 2 pagavam um plano de R$ 300. Neste caso, o MRR Churn (receita recorrente perdida) seria de:
5 x 200 + 2 x 300 = R$ 1.600
Colocando na fórmula de cálculo de MRR Churn Rate:
1.600 / 20.000 x 100 = 8%
Em nosso exemplo, a diferença foi pequena, mas pode ser bem significativa, dependendo da empresa.
Ufa! Terminamos!
Para ajudar a fixar esse conteúdo, confira um resumo rápido e direto ao ponto no vídeo abaixo:
5 maneiras de ajustar sua Churn Rate sem “roubar no Jogo”
Você notou que a taxa de Churn é uma métrica que pode variar muito em função das peculiaridades do seu negócio, certo? E sabe o que costuma acontecer? Algumas características do produto ou serviço que você vende podem mascarar sua taxa de Churn.
Um exemplo disso: alguns produtos ou serviços são usados poucas vezes ao ano e o cliente às vezes desiste e volta a ser cliente no mesmo ano. Em outros casos, uma página de conversão “self service” muito enfática pode fazer um cliente se cadastrar em um plano de serviço, mas se arrepender rapidamente.
É o que comenta Jason Lemkin, conhecido investidor internacional e referência no assunto, em um artigo publicado no Quora:
“Churn é um termo surpreendentemente impreciso”
E ele sugere algumas maneiras de “ajustar” o Churn, que podem ser 100% legítimas:
- Não conte o Churn de quem desiste antes de 90 dias. Isso é bastante comum em empresas onde o próprio cliente pode fazer a compra escolhendo planos direto no site, mesmo depois de falar com um vendedor. Para Lemkin, se um cliente te abandona em uma semana, por exemplo, por que incluí-lo no Churn Rate?
- Não inclua na taxa de Churn clientes que retornam em 365 dias. Isso é menos comum, mas não impossível. Se os clientes usam seu serviço (um aplicativo SaaS, por exemplo) apenas algumas vezes por ano, eles podem cancelar e voltar em 90 dias novamente, como clientes pagantes.
- Não inclua os trials pagos na Churn Rate. Trials pagos devem contar como receita recorrente? Em algumas empresas, não. Se você incluir trails pagos em sua MRR, e se até 30% deles não se converterem, isso vai prejudicar muito seu Churn, mascarando esse dado.
- Segmente seus clientes e calcule Churn Rates específicas. Quanto menor os gastos de um cliente, maior o Churn, geralmente. Isso porque ao se decidir por adquirir algo mais caro, o alto valor do investimento faz o cliente analisar profundamente o negócio, diminuindo a possibilidade de desistir depois. Retirando o segmento de clientes que optaram por planos de baixo custo da sua Churn Rate, ele vai despencar.
- Lembre-se de que, além da Churn Rate, existem índices para medir a satisfação do cliente, como o NPS. Uma análise conjunta desses fatores pode ajudar a entender melhor o que está acontecendo na empresa.
Para saber o que é NPS (Net Promoter Score), a mais conceituada métrica de satisfação dos clientes, idealizada em Harvard, leia este post de nosso blog: Tudo sobre NPS e modelo de pesquisa de satisfação pronto!
Lemkin complementa sua análise com a seguinte frase:
Eu acho que, na verdade, você deve segmentar o Churn quase sempre, a menos que todos os seus clientes realmente sejam o mesmo. O mais importante é medir o Churn com cuidado e constantemente – e estabelecer metas para diminuí-lo. Menos importante é a maneira exatamente como você calcula o ‘Churn’. Apenas melhore isso sempre, a cada trimestre.
Agora que você entendeu a importância e as particularidades da métrica de evasão de clientes de seu negócio, está da hora de saber como fidelizar seus clientes, antes que sua Churn Rate aumente.
Como prever e evitar a Churn Rate?
Segundo artigo publicado pela Bain & Company, aumentar a taxa de retenção de clientes em 5% pode aumentar seus lucros entre 25% e 95%.
Levando em conta que a retenção de clientes é o reflexo de uma baixa Churn Rate, fica bem claro como é importante estar atento a ela e fazer o possível para reverter essa tendência, assim que detectada.
Mas como fazer isso?
A verdade é que sem a ajuda da tecnologia da informação — e até mesmo de uma análise profunda do perfil de uso de seus produtos e serviços por seus clientes (um sistema para gestão comercial vai ajudá-lo nisso) — isso será um pouco difícil.
O primeiro passo é definir estratégias para se antecipar à queda de clientes ativos. Para isso, analise o comportamento de seus clientes atuais em busca de pistas que indiquem que eles estão descontentes com seu serviço/produto, e tente reverter o quadro.
De que forma? Com orientação e uma verdadeira consultoria sobre melhores práticas e seus resultados obtidos com o uso de sua ferramenta ou serviço.
Como saber que seus clientes estão pensando em te abandonar?
Seus clientes adquirem seus produtos ou serviços porque confiaram na promessa que você fez ao fechar a venda com eles.
E o que eles querem?
Querem ver suas dores solucionadas. Querem que todo valor que sua solução prometia na hora de assinar o contrato realmente entregue resultados.
Eles querem que seus negócios prosperem, com a sua ajuda!
Se eles começarem a perceber que as coisas não estão funcionando conforme o combinado, logo vão te abandonar, e sua taxa de Churn vai aumentar rapidamente.
Portanto, é preciso que você, para começar, tenha um produto ou serviço que entregue mesmo o que promete.
Agora, mesmo com uma solução que você considere bacana, como perceber — antes que seja tarde — se alguns clientes estão descontentes com algum fator que precisa ser melhorado e que você não notou ainda?
Conforme dissemos anteriormente, sem a ajuda de softwares que façam a análise do comportamento do cliente, um histórico detalhado de todos os contatos, dados do seu funil de vendas e outras informações como estas, não tem como perceber isso.
Afinal, será necessário fazer um levantamento do histórico dessa base que está deixando de interagir com sua empresa. Nesse contexto, um software de CRM é uma ferramenta fundamental.
Mas ter os dados não basta, é preciso saber interpretá-los. Assim, para se antecipar à movimentação de aumento de Churn, você deve:
- fazer uma lista dos seus clientes mais fiéis e que estão obtendo excelentes resultados em seus negócios;
- fazer uma lista de clientes perdidos, aqueles que já se foram e abandonaram sua empresa;
- analise esses dados em busca de comportamentos que indiquem essas tendências.
Relaxa! Vamos explicar cada um desses passos em mais detalhes a seguir.
Mas antes, cabe um alerta: nem sempre clientes insatisfeitos reclamam explicitamente. É por isso que pesquisas de satisfação dos clientes, como o citado Net Promoter Score são importantes, mas não suficientes.
1. Fazendo a lista dos clientes fiéis
O primeiro passo é ficar de olho nas empresas clientes que estão se dando bem no mercado e que claramente conseguem isso com a sua ajuda.
Se você puder cruzar isso com os dados de uma pesquisa de satisfação, melhor ainda!
Levante todos os dados que puder, como o histórico dos clientes, faturamento mensal, solicitações, número de pedidos, entre outros, e siga refinando a lista para ter certeza de que está no caminho certo.
Em seguida, reúna-se com os vendedores e compare seus dados com as opiniões deles, a fim de entender se estes clientes estão mesmo satisfeitos.
Por fim, não tenha medo: fale com eles (ou ao menos um aparte deles), marque um almoço, uma reunião de negócios, chame para visitar sua empresa, não importa, mas descubra se sua empresa está servindo bem a eles.
Você pode até perguntar, no final, sobre pontos positivos e negativos, mas isso só poderá ser confirmado mais adiante, no passo 3.
Com a lista de clientes satisfeitos em mãos, é hora de fazer a lista dos insatisfeitos.
2. Descobrindo os clientes que te abandonaram por um bom motivo (para eles)
Liste todos os clientes que já deixaram a empresa e que você tem certeza de que as saídas não ocorreram por motivos como falência ou mudança de escopo da operação.
Algum motivo houve para que saíssem, e vamos descobrir isso no passo 3. Por ora, apenas relacione todos eles.
3. Usando números para determinar tendências de Churn
Se você tem dados estruturados, mesmo que estejam em planilhas ou outros softwares, na falta de um sistema CRM, sempre é possível encontrar correlações.
Assim, seus clientes bem-sucedidos devem ter um modelo de comportamento que você pode levar em conta.
Entenda quem são seus melhores clientes
Para entender como se comportam seus melhores clientes, vamos de exemplo:
Imagine uma empresa que presta serviços de paisagismo para construtoras. Analisando seus históricos e outros dados, é possível saber que os clientes que compram regularmente costumam apresentar comportamentos, como:
- entram em contato a cada três meses para saber se novos tipos de flores e plantas foram adicionados ao seu portfólio;
- fazem cotações sobre preços de encomendas de determinadas flores e plantas toda semana;
- pedem orçamentos de projetos completos de paisagismos uma vez por mês;
- sempre visitam seu estande nos eventos do setor em que sua empresa participa.
Muito bem, com isso, é possível determinar algumas métricas que devem ser seguidas e acompanhadas constantemente.
Dessa forma, mesmo que seja em uma planilha Excel, é possível monitorar se um de seus clientes não está mais pedindo cotações semanalmente ou deixou de visitar seus estandes nos eventos.
Assim que essa luz amarela acender, acione seu vendedor para fazer uma visita, perguntar se está tudo bem e descobrir como pode tornar seu serviço ou produto ainda melhor para aquela empresa.
Se o valor de sua solução está se esvaindo aos olhos do cliente, é porque ele deve ter uma nova dor. Portanto, ajude-o a solucionar isso.
Ouça atentamente o feedback desses clientes. Ele é extremamente valioso e pode ser a peça que falta para mostrar o caminho para reconquistar a fidelidade deles.
Quem sabe uma inovação em seus produtos ou serviços pode ser uma solução para este cliente específico e até outros, como um modelo a ser oferecido.
O “pulo do gato” consiste em transformar feedbacks de clientes em oportunidades de crescimento.
Quer aprender mais sobre este assunto? Baixe nosso e-book gratuito – Guia prático | Como transformar o feedback dos clientes em vendas.
Analise o comportamento dos desistentes
Da mesma forma que você analisou as atitudes de quem está satisfeito, verifique o que os clientes que já te abandonaram fizeram antes de parar de fazer pedidos ou cancelar as assinaturas. Algumas possibilidades, incluem:
- o número de vezes que ligaram para o suporte;
- atrasos em pagamentos;
- espaçamentos nas compras;
- solicitação de novas funcionalidades que não foram atendidas;
- entre outras.
O importante é que esses dados sejam consistentes, para gerar uma nova planilha ou alimentar um software que fará acender um alerta de “cliente prestes a te deixar”.
O ideal é consolidar as duas planilhas e criar uma pontuação que, quando atingida, mostre que um cliente aparentemente vai abandonar a empresa.
No caso de softwares SaaS, por exemplo, é possível até analisar a frequência com que estão usando a ferramenta, quais funcionalidades preferem, quais são mais ou menos usadas, os tipos de planos que assinam etc.
Inclusive, essa análise do comportamento de uso do software vale para os clientes satisfeitos também. Afinal, no fundo, você também está procurando padrões de engajamento do seu cliente. Teoricamente, quanto mais engajado com a sua empresa, solução ou software, mais satisfeito está.
Assim, atribuindo uma pontuação para ações que indicam um possível Churn, o resultado pode ser uma tabela como esta:
Evidentemente, esta é uma solução que pode ser trabalhosa para você e, se os dados não forem corretamente cadastrados, ela será imprecisa.
A boa notícia é que existem softwares no mercado especializados em calcular o risco de Churn, como é o caso do Totango.
Descobrir quais são os clientes com risco de Churn e, mais que isso, qual a sua possível Churn Rate futura, é só o começo da história. Veja agora como saber se sua Churn Rate é adequada.
Qual é a taxa de Churn ideal?
Idealmente, a melhor taxa de Churn possível seria 0. Contudo, esse é um desafio praticamente impossível. Neste caso, consideramos que quanto mais baixa, melhor.
Entretanto, um guru no assunto, Lincoln Murphy, prega que a Churn Rate ideal deve girar em torno de 5 a 7% ao ano, o que corresponde a mais ou menos 0,4% ao mês.
Na verdade, isso só pode ser aplicado em empresas já maduras. Startups com menos de dois anos de existência e outras empresas iniciantes dificilmente vão conseguir uma Churn Rate tão espetacular. Ainda assim, isso pode variar muito de empresa para empresa.
Segundo um levantamento realizado pela Cobloom, mencionando dados de um pesquisa feita pela Pacific Crest, a Churn Rate média de seus respondentes é de 10% ao ano, algo como 0,87% ao mês.
No gráfico abaixo, o número no topo das barras representa a quantidade de empresas com uma Churn Rate anual dentro do intervalo indicado na base de cada barra:
Já a Baremetrics usa uma outra abordagem em sua pesquisa. Neste gráfico, são mostradas no topo das barras as Churn Rates mensais de empresas com uma receita média por conta atendida que varia de $10 a $250.
Note que os números são bem diferentes do gráfico anterior. Eles apontam uma média de 7,5% ao mês.
Qual a taxa ideal para meu negócio?
Determinar a Churn Rate ideal para seu negócio não é simples. O processo vai demandar tempo de operação e análise da Churn Rate média de seu segmento. Contudo, após um período de análise constante, você descobrirá qual a Churn Rate ideal.
Para que tenha uma noção de percentual, de maneira geral, o indicado é que você consiga manter a taxa de churn entre 5 e 7% ao ano. Porém, tenha em mente que quanto menor for este percentual, melhor será para a expansão do seu negócio.
Quando começar a mensurar as saídas de clientes, é provável que você note uma Churn Rate alta. Não se assuste! A tendência é que ela passe a cair com as ações que você tomará, a partir daí, para evitar a perda de clientes.
Ainda assim, caso a taxa insista em se manter acima de seus objetivos, veja a seguir o que fazer para combater essa tendência e resolver o problema.
5 passos para diminuir a Churn Rate da sua empresa
Estes são os cinco passos principais que podem ajudar sua empresa a evitar a evasão de clientes. Você deve usar essas táticas de forma integrada e complementar entre si.
1. Feche vendas com os clientes certos
Praticamente em todos os artigos do nosso blog fazemos um alerta importante: a venda a qualquer custo não vale a pena!
Só feche um negócio se tiver certeza que seu cliente vai se beneficiar de sua solução. Caso contrário, o aumento da Churn Rate com o tempo será inevitável.
Por isso, é fundamental que você implemente esses dois passos:
- crie uma definição adequada do perfil do seu cliente ideal, de uma (ou várias) buyer personas;
- elabore um programa de treinamento consistente para força de vendas, para que identifiquem as oportunidades corretas de fechamento de negócios.
Empresas que buscam redução de custos em treinamento estão optando por modalidades de treinamento online, por exemplo.
Outra forma de escolher os clientes mais adequados, é focar naqueles que visam um relacionamento de longo prazo, em vez de uma compra transacional, isto é, uma mera relação de troca imediata.
Aliás, um artigo da MITSloan Management Review, “Como identificar os melhores clientes para seu negócio”, sugere uma série de características que podem ajudar a identificar os clientes que têm maior potencial de engajamento com sua empresa e que desejam desenvolver uma parceria contínua.
Confira o quadro abaixo:
Ao contrário dos compradores transacionais, compradores de relacionamento procuram soluções que podem até exigir um razoável investimento inicial (aprendizado, tempo, recursos etc.), têm um custo de mudança considerável, querem desenvolver uma parceria com sua empresa por um período de tempo e acreditam que a customização da solução é importante.
Nem sempre todas essas características estarão presentes, mas são alguns parâmetros a serem levados em conta.
- Para continuar aprendendo sobre este assunto, baixe nosso e-book gratuito – Guia prático | Guia como ganhar tempo vendendo aos clientes ideais.
2. Capriche no onboarding dos novos clientes
Assim que um prospect se torna cliente e passa a usar a sua solução, é muito importante que ele perceba rapidamente que o valor prometido pelo vendedor está se materializando em resultados.
Acontece que nem sempre isso é imediato.
Imagine um cliente que acaba de adquirir um plano de assinaturas de uma plataforma para gestão comercial, como o Agendor, para gerenciar sua força de vendas, conhecer melhor seus clientes e gerenciar seus negócios.
É claro que os resultados não virão no dia seguinte. Por isso, é fundamental que a equipe de vendas e de atendimento saibam o tempo médio necessário até que os resultados comecem a se manifestar, a fim de alinhar a informação junto ao cliente.
Neste sentido, um acompanhamento e monitoramento constante é necessário, inclusive, verificando se ele está usando a solução corretamente, além de dar orientações de como fazer isso adequadamente. O que nos leva ao terceiro passo: o sucesso do cliente.
3. Dê a devida atenção ao customer success
Investir em customer success significa ter uma equipe especializada em prestar um trabalho de consultoria ao cliente. Essa prática vem se tornando cada vez mais comum, sobretudo em empresas SaaS.
Este trabalho visa indicar ao cliente a maneira correta de usar sua solução, a fim de extrair o melhor dela. Com isso, conseguirá alcançar seu máximo desempenho, além de enxergar rapidamente o valor que buscava ao adquirir sua solução.
O foco deve estar em capacitar a equipe de “Customer Success” sobre práticas que dão certo com os clientes bem-sucedidos, além de comportamentos que devem ser evitados, e comunicar os aprendizados a todos os clientes.
4. Garanta um suporte e atendimento ao cliente perfeitos
Um dos motivos que mais levam clientes a abandonar uma empresa é um atendimento ineficiente e demorado. Por outro lado, quando este serviço supera suas expectativas, o caminho para a fidelização se torna muito mais fácil.
Por isso, contar com uma equipe de suporte bem treinada, tecnologia adequada para responder com agilidade e desenvolver um processo de atendimento eficaz, serão fatores que vão diminuir sensivelmente a Churn Rate.
Continue aprendendo como melhorar seu atendimento ao cliente com as dicas do infográfico abaixo:
5. Promova a otimização contínua da sua solução
Com base em tudo que foi feito nas etapas anteriores, é possível encontrar espaço para a melhoria de suas soluções, a fim de surpreender seus clientes.
Aliás, essa é uma excelente oportunidade de desenvolver estratégias, como:
- cross-selling: oferecer produtos ou serviços complementares àqueles que seus clientes atuais já usam.
- up-selling: mostrar as vantagens de migrar para planos de serviços ou produtos mais caros e com um desempenho melhor. Isto é, produtos premium, que trazem mais lucratividade à empresa.
Perceba que, ao colocar em prática essas dicas para reduzir a Churn Rate, sua empresa também estará explorando novas formas de aumentar o ticket médio de compra de seus clientes atuais. Isso sem falar na inovação de sua linha de produtos e serviços, o que pode atrair ainda mais clientes para o seu negócio.
Agora que já apresentamos as ações para diminuir a Churn Rate, que tal falar um pouco sobre o que fazer em relação aos clientes que já se foram?
3 razões para ir atrás dos clientes perdidos
Como você deve imaginar, o ideal é evitar que seus clientes abandonem a sua empresa. Porém, tentar recuperá-los, depois que se foram, também faz todo sentido.
Conforme aponta V. Kumar, professor da Universidade da Geórgia, há uma questão interessante no que se refere ao valor de clientes que abandonaram a sua empresa: eles já gostaram de seu serviço ou produto por algum tempo!
Por isso, uma sacada inteligente é recuperar esses desertores, buscando saber como sua empresa os atendia no passado, o que valorizavam em sua oferta quando ainda eram clientes satisfeitos.
Se ainda fizer parte de sua estratégia investir nas solicitações que esses clientes levantaram, comece a trabalhar nelas já! No entanto, se seu plano de ação mudou, se de fato não faz parte dos seus objetivos trabalhar da mesma maneira, você vai ver que perdeu os clientes que realmente não deveriam estar em sua carteira.
Os motivos para concordar com essa tática comercial são bastante convincentes:
1. São leads quentes
Esses clientes demonstraram a necessidade do serviço, tornando-os leads muito mais qualificados do que um monte de nomes aleatórios em uma lista de cold calls — telefonemas para uma lista de leads pouco ou não qualificados — por exemplo.
2. Já conhecem a marca
Esses clientes estão familiarizados com a sua empresa, eliminando a necessidade de criar conhecimento da marca e educá-los sobre a oferta. Assim, diversos custos de prospecção e marketing serão reduzidos em relação a eles.
3. Seus dados já estão no sistema
A razão mais importante: a tecnologia recente. Particularmente as bases de dados de clientes mais sofisticadas, softwares de CRM e de automação de marketing, permitem que as empresas se baseiem em informações sobre como cada cliente usou seus serviços pela primeira vez.
Assim, será possível criar ofertas de retorno mais bem-sucedidas, já prevendo possíveis objeções e até mesmo identificando os desertores que eram mais lucrativos enquanto clientes ativos.
Por isso, quando for elaborar seu planejamento de vendas, não deixe de incluir na fase de prospecção toda uma estratégia de contato com antigos clientes. E, claro, use todas as vantagens listadas acima para trazê-los de volta para seu negócio.
4 erros comuns na hora de tentar reverter a Churn Rate
Nem sempre as pessoas vão na direção certa quando querem reverter sua taxa de Churn. Uma coisa é descobrir antecipadamente que isso vai ocorrer, outra, bem diferente, é fazer o que é certo para reverter o quadro.
Em artigo intitulado “Como é Valioso Manter os Clientes Certos”, a autora Amy Gallo apresenta os quatro erros mais comuns cometidos por empresas que buscam tomar ações para diminuir a Churn Rate.
Note como a maioria delas só reforça tudo que vimos até agora:
1. Olhar apenas o Churn Rate de forma isolada
Já comentamos isso antes, mas vale repetir, principalmente por causa deste dado apresentado por Amy: quando a empresa nota que sua taxa de Churn está aumentando, isso é resultado de algo que aconteceu seis ou oito meses antes.
Isso só reforça a necessidade de desenvolver outras métricas para medir a satisfação de seus clientes e monitorá-las continuamente.
2. Não se perguntar sobre o porquê de uma alta Churn Rate
Em vez de apenas constatar essa métrica, as empresas devem fazer três perguntas:
- O que nossa empresa está fazendo de errado para gerar uma Churn Rate tão alta?
- Que comportamentos de nossos clientes podem estar contribuindo para sua saída?
- Como podemos gerenciar melhor nosso relacionamento com os clientes para garantir que isso não aconteça?
Essas três perguntas são muito úteis na hora de definir aquelas métricas que facilitam prever se sua taxa de Churn vai aumentar. Não deixe de usá-las também.
3. Acreditar que a Churn Rate é um número mágico
Alguns negócios conseguem adquirir clientes novos muito rapidamente, de forma que uma taxa de Churn alta pode ser compensada por isso.
É claro que uma Churn Rate alta deve ser levada em conta ao tomar ações de melhoria do relacionamento com os clientes, mas existem diversos outros fatores em cada tipo de empresa que devem ser levados em consideração também.
Mantenha sua mente aberta!
4. Não perceber que a aquisição dos clientes certos é fundamental
Mais um ponto que vai ao encontro do que alertamos antes: a qualificação de leads e o fechamento de negócios só com clientes que realmente vão se beneficiar de sua solução são fatores determinantes para manter uma taxa de Churn aceitável.
Chegou a hora de reduzir a Churn Rate do seu negócio!
Como você pôde ver em nosso artigo, uma alta taxa de Churn pode ser evitada de várias formas, e todas elas levam a algo que todos nós, profissionais de vendas, praticamos em nosso dia a dia: entregar valor ao cliente.
Contudo, esse valor deve ser contínuo. A cada dia, novas necessidades, problemas e dores surgem, e cabe a nós nos anteciparmos a isso e notar rapidamente quando o cliente precisa de um pouco mais de criatividade e inovação.
E, quando isso acontecer, levar uma solução melhorada a ele, antes que o próprio se dê conta, evitando que perca o encantamento que sente por nossa empresa.
Perguntas frequentes sobre churn rate
Churn rate ou taxa de rotatividade é uma métrica importante para entender a saúde de um negócio. Geralmente associada a contratos mensais ou por assinatura, se refere ao percentual de clientes que cancelam em um determinado período ou não renovam suas assinaturas. Ou seja, aquelas pessoas que deixam de ser clientes.
Para calcular a taxa de churn você deve dividir o número de clientes que deixaram a sua empresa em um determinado período pelo número de contratos no início desse mesmo período e multiplicar o resultado por 100. Portanto, a fórmula é a seguinte: taxa de churn = (clientes no início do período ÷ clientes perdidos) × 100%.
Não existe uma taxa de churn ideal, visto que isso depende de vários fatores, como o setor de atuação da empresa, modelo de negócios etc. Porém, quanto mais baixa, melhor para o crescimento e expansão da organização. De modo geral, o indicado é manter essa taxa entre 5 e 7% ao ano, o que corresponde a 0,4% ao mês.
O primeiro passo para a redução do churn rate é entender suas razões. A partir disso, é possível desenvolver estratégias focadas no problema, que podem incluir ações, como investir em práticas de customer success, melhorar a qualidade do atendimento e dos produtos/serviços ofertados, promover treinamentos internos etc.