O arquétipo consiste em uma espécie de modelo para entender o comportamento humano. Dessa forma, eles estão presentes em diversos aspectos da sociedade. Inclusive, até mesmo na indústria essas ferramentas desempenham um papel importante.

Quem domina o conceito de arquétipos consegue criar narrativas poderosas. Portanto, entenda aqui como isso funciona na prática e quais impactos esses elementos podem gerar no dia a dia das empresas.

Principais aprendizados deste artigo:

  • Os arquétipos são modelos universais que representam o comportamento e as experiências humanas comuns, encontrados em todas as culturas e épocas.
  • Eles podem ser identificados em personagens e situações em literatura, cinema, publicidade e até mesmo na marca de uma empresa. 
  • Os arquétipos são ferramentas muito poderosas na criação de narrativas, na comunicação e na compreensão de toda a psicologia humana.
  • Compreender o conceito de arquétipo e saber identificá-lo pode enriquecer a apreciação de histórias, melhorar as habilidades de comunicação e ajudar a criar melhores narrativas.
  • Para se aprofundar neste assunto, depois de ler o artigo, leia nosso e-book: 12 técnicas de vendas e abordagem: PPT treinamento de vendas.

O que é um arquétipo?

Um arquétipo é um modelo original que serve como exemplo para todas as coisas do mesmo tipo. Assim, na literatura e na arte, são personagens, ações ou situações que representam padrões universais de comportamento humano. 

Eles são usados para transmitir profundas emoções e experiências que são comuns a todos os seres humanos. Dessa forma, funcionam de maneira independente de sua cultura ou época.

A origem do conceito de arquétipo

Esse conceito foi introduzido pelo psicólogo Carl Jung, que acreditava que os arquétipos são parte do inconsciente coletivo. Esse último é uma espécie de memória compartilhada por todos os seres humanos.

Segundo Jung, os arquétipos são imagens e símbolos universais que são encontrados em mitos, contos de fadas, religiões e sonhos.

Quais são os principais exemplos de arquétipos?

Existem os arquétipos de personagens e de situações. No caso dos primeiros, alguns dos mais comuns incluem o herói, o vilão, a donzela em perigo, o sábio, o trapaceiro e o mentor. 

Cada um representa um tipo específico de comportamento ou personalidade. Assim, isso é facilmente reconhecível e compreensível para o público. Já os arquétipos de situações, são cenários ou eventos que ocorrem repetidamente em diferentes histórias.

É importante deixar claro que eles também têm um significado simbólico. Portanto, exemplos nesse sentido incluem a jornada do herói, a morte e o renascimento, a busca e o sacrifício.

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Arquétipos de personagens

Eles são muito explorados hoje em dia, em diversas situações. Então, vale a pena conhecer melhor cada um deles e entender suas principais características.

1- O inocente

Consegue enxergar pontos positivos em qualquer tipo de cenário. Além disso, é alguém muito espontâneo, mas pode ser bem ingênuo também.

2- Sábio

É aquele que está em busca de conhecimento e sempre faz uma autorreflexão. Dessa forma, é capaz de lidar com diversas situações, sempre com inteligência.

3- O bobo

Curte se divertir, fazer piadas e aproveitar a vida no seu máximo. Portanto, é muito autêntico e não perde a oportunidade de rir das situações do dia a dia.

4- Herói

É o famoso guerreiro, aquele que tem medo, mas sua coragem é maior. Assim, ele está sempre lutando para proteger os menos afortunados.

5- Cuidador

É aquele que gosta de cuidar, de garantir que todos ao seu redor estão bem. Portanto, uma das suas principais características é ser muito prestativo.

6- A pessoa comum

Sempre age segundo o que as pessoas esperam. Dessa forma, costuma ser ótimo para as pessoas em volta. No entanto, arrisca perder suas particularidades.

7- Mago

Tem fé que o mundo pode ser melhor, assim, acredita na revolução da sociedade. Então, sempre age em busca de renovar suas relações.

8- Fora da lei

Foge daquilo que é considerado padrão e tem pensamentos disruptivos. Além disso, acredita muito que as normas podem ser quebradas.

9- O amante

Dá uma importância absurda para suas relações. Portanto, sua felicidade está no ato de amar e de se sentir amado pelas pessoas em volta.

10- Criador

É um artista, uma pessoa que gosta de inovar. Dessa forma, o criador dá vida às suas próprias imaginações e cria elementos que ainda não existem.

11- Explorador

É um amante da liberdade e vive para explorar os diversos cantos do mundo. Além disso, está sempre fugindo de cenários rotineiros e tediosos.

12- Governante

É o líder, aquele que sabe se impor e gosta de autoridade. Assim, cria situações no dia a dia para fazer valer as suas vontades.

Arquétipos de situações

Aqui, é interessante explorar bem a jornada do herói e entender como ela se encaixa em diversos cenários. No mais, são 12 etapas que constituem esse processo.

1- O mundo comum

É o momento inicial, onde se pode ter uma ideia de quem é o personagem. Assim, é possível entender como ele vive e como se dá às suas relações. Dessa forma, é aqui que o público começa a criar pontos de identificação com o protagonista.

2- Chamado à aventura

Começa a partir do momento em que o personagem encontra o seu conflito. Então, é nessa etapa que ele é tirado da sua zona de conforto.

3- Recusa do chamado

Diante de um desafio, é normal sentir medo. Dessa forma, em um primeiro momento, o personagem tenta se convencer de que não se importa com o conflito.

4- Encontro com o mentor

É o momento em que o personagem se encontra com seu mestre. Esse último é aquela pessoa que vai guiá-lo durante a sua jornada.

5- Travessia do primeiro limiar

O herói finalmente vai cruzar a linha que separa o seu mundo do “novo”. Dessa forma, é o seu momento de encontro com o desconhecido.

6- Provas, aliados e inimigos

Enquanto lida com o grande conflito, o personagem também encontra pequenos desafios na sua jornada. Assim, ele fica mais preparado para lidar com as provações.

7- Aproximação da caverna secreta

Aqui o personagem se abriga em um esconderijo e começa a questionar suas ações. Então, é um momento de reflexão antes de encarar o grande obstáculo.

8- A provação

É aquilo que o personagem precisa encarar antes de cumprir sua jornada de fato. Dessa forma, é um momento de transformação para ele.

9- Recompensa

Vem após o personagem vencer o seu desafio. Assim, a sua recompensa vem visando torná-lo uma pessoa melhor, transformá-lo.

10- Caminho de volta

É quando o personagem está voltando para o seu mundo, com a sensação de dever cumprido. Assim, é também uma etapa de reflexão.

11- A ressurreição

É quando o inimigo do personagem ressurge, quando ele menos esperava. Portanto, é nesse momento que o herói de fato elimina a sua ameaça.

12- Retorno com o elixir

O personagem chega ao seu lugar de origem. Então, é um momento que representa as suas conquistas, o seu sucesso durante a jornada.

Quais são as aplicações do arquétipo no marketing?

Hoje em dia, você pode aplicar esse conceito em diversos aspectos dentro do marketing. Assim, os mais comuns são na definição e exploração de uma marca e nas estratégias de publicidade.

Marca

São usados para criar uma personalidade para uma marca que seja facilmente reconhecível e atraente para os consumidores. Dessa forma, cada arquétipo de marca representa um conjunto de valores, atitudes e comportamentos

Esses últimos, portanto, são associados a uma marca específica. Por exemplo, a marca Nike é frequentemente associada ao arquétipo do herói. Em contrapartida, a marca Apple é associada ao arquétipo do inovador.

Publicidade

Os arquétipos também são usados na publicidade para criar histórias e mensagens que ressoem com o público. 

Então, ao usá-los em anúncios, os profissionais de marketing podem evocar emoções e experiências universais. Assim, ajudam a criar uma conexão emocional entre o consumidor e a marca.

Como aplicar os arquétipos em vendas, gestão de equipes e gestão de negócios?

Os arquétipos são padrões universais de comportamento e personalidade que podem ser aplicados de várias formas em vendas, gestão de equipes e gestão de negócios. A seguir, entenda como esses conceitos podem ser utilizados em cada área.

Vendas

Para aplicar esse conceito na área de vendas são necessários três passos: identificar os arquétipos dos clientes, personalizar a abordagem e criar narrativas. Entenda melhor a seguir.

1. Identifique os arquétipos

Entenda os arquétipos dos seus clientes. Por exemplo, um comprador que se enquadra no arquétipo do “Herói” busca desafios e conquistas, enquanto um cliente no arquétipo do “Cuidador” valoriza segurança e ajuda aos outros.

2. Personalize as suas abordagens

Ajuste sua abordagem de vendas com base no arquétipo do cliente. Para o “Herói”, destaque como seu produto ou serviço pode ajudá-lo a superar desafios e alcançar objetivos. Para o “Cuidador”, enfatize como sua oferta pode proteger ou beneficiar os outros.

3. Crie histórias e narrativas

Use histórias que ressoem com os arquétipos. Histórias que envolvem superação de obstáculos podem atrair o “Herói”, enquanto narrativas que destacam o cuidado e a segurança podem atrair o “Cuidador”.

Gestão de Equipes

Entenda agora em três passos como um gestor comercial pode utilizar os arquétipos para motivar e liderar a sua equipe.

1. Reconheça os arquétipos em sua equipe

Reconheça os arquétipos presentes na sua equipe. Alguns membros podem se identificar com o “Explorador”, que valoriza a liberdade e a descoberta, enquanto outros podem se identificar com o “Governante”, que valoriza a ordem e o controle.

2. Alocação de tarefas

Delegue tarefas de acordo com os pontos fortes e motivações de cada arquétipo. O “Explorador” pode prosperar em projetos inovadores e desafiadores, enquanto o “Governante” pode se destacar na organização e gestão de projetos complexos.

3. Crie um ambiente motivador

Crie um ambiente que valorize a diversidade de arquétipos. Ofereça oportunidades para que cada tipo de personalidade contribua de forma significativa e se sinta valorizada.

Gestão de negócios

Por fim, veja em três passos como aplicar os arquétipos de maneira prática na estratégia empresarial e na cultura da organização.

1. Defina o arquétipo da marca

Estabeleça um arquétipo claro para a sua marca. Isso ajuda a criar uma identidade forte e consistente que ressoa com seu público-alvo. 

Por exemplo, uma empresa que adota o arquétipo do “Rebelde” se posiciona como desafiadora e inovadora, enquanto uma organização que se identifica com o “Sábio” se posiciona como conhecedora e confiável.

2. Molde a cultura organizacional

Utilize esse conceito para moldar a cultura da empresa. Uma empresa que valoriza o arquétipo do “Criador” pode fomentar a inovação e a criatividade, promovendo um ambiente onde novas ideias são bem-vindas e incentivadas.

3. Alinhe suas estratégias de comunicação

Alinhe suas estratégias de comunicação interna e externa com o arquétipo da marca. Isso inclui desde a linguagem e o tom das comunicações até a maneira como os produtos e serviços são apresentados ao mercado.

Quais são os exemplos de empresas que usam o conceito de arquétipo?

Marcas como a Nike usam o arquétipo do “Herói” para inspirar superação e conquista em seu público-alvo. Por outro lado, a Jeep utiliza o “Explorador”, destacando a liberdade e a aventura em suas campanhas.

Também existem empresas como a Johnson & Johnson que enfatizam o cuidado e a proteção, alinhando-se ao arquétipo do “Cuidador”.

Qual é a influência cultural do arquétipo?

Para entender esse processo de influência é necessário explorar duas vertentes. Então, uma delas é a cultura em si e a outra é a identidade cultural.

Arquétipos em culturas diversas

São encontrados em todas as culturas e têm um profundo impacto na forma como as pessoas entendem o mundo e a si mesmas. 

Dito isso, eles são usados em mitos, contos de fadas, religiões e outras formas de narrativa. Dessa forma, tudo para transmitir verdades universais sobre a condição humana.

Os arquétipos e a identidade cultural

Também desempenham um papel importante na formação da identidade cultural. Então, eles ajudam o ser humano a entender o seu lugar no mundo. Além disso, auxilia na hora de se conectar com outras pessoas que compartilham os mesmos valores e experiências. 

Ao mesmo tempo, esses arquétipos desafiam o indivíduo a questionar e a expandir as suas próprias percepções e crenças. Em resumo, o impacto desse conceito é muito grande e não pode ser negado.

Existe uma relação entre arquétipo e psicologia?

A relação entre esses dois elementos é muito forte. Assim, vale a pena abordar alguns tópicos para entender como isso acontece.

O inconsciente coletivo

Carl Jung acreditava que os arquétipos são parte do que ele chamou de “inconsciente coletivo”. Então, este é um termo que se refere a uma espécie de memória compartilhada por todos os seres humanos.

Ele contém imagens, símbolos e padrões de comportamento que foram passados de geração em geração. Além disso, Jung dizia que esses arquétipos são universais e podem ser encontrados em todas as culturas, independentemente de suas diferenças específicas.

A personalidade humana

Os arquétipos também têm um papel importante na formação da personalidade humana. De acordo com Jung, cada indivíduo possui uma série de arquétipos em seu inconsciente. Portanto, eles influenciam seu comportamento e suas atitudes. 

Eles podem ser ativados por certos eventos ou situações. Assim, levam a comportamentos que são consistentes com o arquétipo em questão.

Como se dá o uso do arquétipo na literatura e no cinema?

São nesses cenários onde o uso desse conceito se torna ainda mais claro. Então, entenda como essa aplicação acontece de forma orgânica.

Literatura

Na literatura, eles são usados para criar personagens e situações que são imediatamente reconhecíveis e compreensíveis para o leitor. Assim, por exemplo, o arquétipo do herói é muito usado para criar personagens corajosos e dispostos a sacrificar-se pelos outros. 

Da mesma forma, o arquétipo da donzela em perigo é usado para criar personagens que são vulneráveis e precisam ser resgatados.

Cinema

No cinema, os arquétipos são usados de maneira semelhante para criar personagens e situações, facilmente identificadas pelo público. Por exemplo, o arquétipo do vilão é famoso por criar personagens que são malévolos e representam uma ameaça para o herói. 

Em contrapartida, o arquétipo do mentor é usado para criar personagens que orientam e aconselham o herói em sua jornada. Assim, quem está assistindo não só identifica esses elementos quanto cria uma conexão com eles.

Por que usar o conceito de arquétipo hoje em dia?

Já ficou bem claro como os arquétipos são uma ferramenta poderosa na criação de narrativas, na comunicação e na compreensão da psicologia humana. Portanto, saber utilizá-los da maneira correta pode impactar qualquer setor da vida, pessoal ou profissional.

Integrar os arquétipos nas suas práticas de vendas, gestão de equipes e de negócios pode trazer uma abordagem mais humanizada e estratégica, permitindo que você se conecte melhor com clientes, motive sua equipe e crie uma identidade de marca forte e coerente.
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