Segundo dados da XP, entre 2022 e 2023, a quantidade de investidores interessados na bolsa de valores aumentou 65% — com destaque para a compra e venda de ações, que cresceu 61%.
Se você se interessa pelo tema, mas não sabe por onde começar, temos a solução. Neste post, criamos um guia prático com o que analisar para investir em ações e as maiores vantagens para você explorar o mercado.
Confira indicadores importantes, dicas e estratégias para trilhar esse caminho e ter boas chances de multiplicar seu patrimônio.
Para quem atua com vendas, essa é uma ótima oportunidade para usar o bônus ou o montante das comissões para investir e, como diz o ditado, “deixar o dinheiro trabalhando por você”.
Principais aprendizados deste artigo:
- Ações são títulos que vendem uma fatia do capital da empresa para os investidores, que se tornam stakeholders e são recompensados com uma parcela dos ganhos obtidos pela organização.
- Investir em ações pode trazer alavancagem de rendimentos, gerar dividendos, diversificar a carteira e facilitar o controle financeiro com aplicações em longo prazo.
- Para começar a compra de títulos de renda variável, é preciso avaliar o perfil de investidor, os objetivos financeiros, os riscos do investimento e os parâmetros de negociação.
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Nas próximas linhas, você vai ver como existem muitos paralelos entre o trabalho de representante comercial e o de investidor. Afinal, planejar corretamente os seus passos é essencial para ser assertivo e ter sucesso em ambas as áreas.
Continue lendo e fique por dentro!
O que são ações?
As ações são títulos comercializados na Bolsa de Valores que representam uma fatia do capital de uma empresa. Quando compra esse produto, você está adquirindo, na verdade, uma parcela da propriedade, tornando-se basicamente um dos seus sócios.
Assim, quando o negócio cresce e lucra, parte do lucro líquido faturado é distribuído entre os sócios e acionistas — os chamados dividendos. O valor recebido é definido com base na quantidade de ações que tiver.
O que são títulos de renda variável?
Os títulos de renda variável são investimentos que não apresentam um referencial fixo de rentabilidade. Ou seja, não há como saber quanto vai ganhar (ou perder) no momento da aplicação.
O rendimento varia de acordo com indicadores financeiros e valorização do capital adquirido. É o oposto da renda fixa, modalidade na qual a remuneração é indicada no momento da compra.
As ações de uma empresa representam um dos principais títulos de renda variável, comercializando fatias do próprio capital da organização. Outros exemplos são:
- fundos imobiliários (FII);
- exchange traded funds (ETF);
- fundos cambiais;
- fundos de investimento
- mercado futuro
- criptomoedas e criptoativos.
Fundos imobiliários (FII)
Os fundos de investimentos imobiliários negociam cotas de participação na bolsa, visando reunir investidores e montar um patrimônio conjunto. Esses recursos, posteriormente, são aplicados para aquisição ou desenvolvimento de empreendimentos imobiliários, como edifícios comerciais e shopping centers.
O FII é gerenciado ativamente por especialistas que exploram o potencial de locação, arrendamento ou venda de imóveis, comercializando os ativos para trazer retorno aos investidores.
Exchange traded funds (ETF)
Os ETFs, também chamados de fundos índice, são uma espécie de “pacote” de ativos. São comercializados em lotes menores que as ações da bolsa e seguem indicadores específicos.
Por esses fatores, suas principais vantagens são o fato de não exigirem o mesmo nível de capital, facilitarem a diversificação e não precisarem de gestão individual ativa.
Fundos cambiais
Os fundos cambiais investem a maior parcela dos ativos em papéis relacionados a moedas estrangeiras, principalmente dólar e euro. Esse montante corresponde, no mínimo, a 80% do patrimônio aplicado.
O restante pode ser usado para adquirir títulos de renda fixa ou outra alternativa conservadora para balancear os riscos.
Fundos de investimentos
Os fundos de investimentos funcionam de maneira similar aos demais. Reúnem ativos dos investidores e montam uma estratégia para aplicar em ações, FIIs, ETFs ou outros títulos de renda variável.
É uma alternativa para quem não quer o trabalho de monitorar os investimentos individualmente.
Mercado futuro
O mercado futuro serve para compra e venda de ativos com uma data de vencimento já estabelecida. As negociações podem ser feitas usando commodities, como café, milho e açúcar. Outros contratos podem abarcar títulos, ações ou moedas estrangeiras.
Criptomoedas e criptoativos
Os criptoativos formam uma das opções mais recentes de investimentos. São títulos digitais gerados pela tecnologia de blockchain, e registram transações tangíveis e intangíveis. Você pode negociá-los diretamente ou procurar ETFs especializados em criptomoedas.
Quais os benefícios de investir em ações?
Os principais benefícios de investir em ações são:
- praticidade e versatilidade para investir;
- alta liquidez;
- riscos limitados ao valor aplicado;
- oportunidade para diversificar a carteira;
- ótimo potencial de alavancagem;
- opção para rentabilidade em longo prazo;
- bonificações e dividendos.
1. Praticidade e versatilidade para investir
Está cada vez mais fácil investir em ações. Com a digitalização das corretoras, existem alternativas confiáveis para entrar nesse mercado sem sair de casa, bastando baixar um aplicativo no smartphone.
Na palma da sua mão, você tem acesso a uma grande variedade de ativos, de diversas empresas, além de poder explorar outras opções da bolsa de valores, como os fundos imobiliários, ETFs e fundos cambiais.
Dessa forma, fica mais fácil fazer aplicações e aproveitar momentos oportunos. Por exemplo, ao receber uma comissão alta ou um bônus inesperado pelas suas vendas, rapidamente você pode investir esse capital.
2. Alta liquidez
O mercado de ações apresenta alta liquidez, um dos grandes trunfos da modalidade para atrair investidores. Isso significa que você pode comprar e vender títulos a qualquer momento, conforme a sua estratégia; basta que o pregão esteja aberto e que haja interessados nos seus papéis.
O retorno obtido depende da valorização das ações e da procura pelos títulos. Mesmo assim, é um benefício importante, especialmente para quem busca flexibilidade para gerenciar sua carteira.
3. Riscos limitados ao valor aplicado
Muito se fala que investir em ações ou outro título de renda variável oferece mais riscos de perdas do que a renda fixa. De fato, o mercado de ativos é mais imprevisível. Porém, há uma vantagem nisso: o risco é limitado ao valor investido.
Isso significa que não há como perder além do capital investido. Considerando que existem opções para começar a comprar ações aplicando pouco dinheiro, essa é uma forma de antecipar o cenário de perdas desde o início.
4. Oportunidade para diversificar a carteira
Não há dúvida de que a renda fixa é a favorita dos brasileiros. Esse tipo de investimento alcançou um montante de R$1,9 trilhão em 2023, comparado aos “meros” R$507 bilhões da renda variável.
Nesse contexto, o que o mercado de ações oferece é uma maneira de diversificar sua carteira, equilibrando os riscos e reduzindo o nível de dependência em um único segmento.
5. Ótimo potencial de alavancagem
A renda fixa tem ganhos previsíveis, que, geralmente, são mais contidos. Assim, é difícil expandir o patrimônio aplicando apenas nessa modalidade. O mercado de ações oferece rendimentos mais atrativos, com potencial de alavancagem, especialmente em longo prazo.
Isso ajuda a compensar os riscos elevados e fornece uma boa oportunidade para investidores alcançarem seus objetivos.
6. Opção para rentabilidade em longo prazo
Há muito tempo, a poupança era a opção favorita para deixar o dinheiro render, pensando no futuro. Porém, a modalidade de investimento já não vale mais a pena, uma vez que rende abaixo da inflação e causa desvalorização do capital investido.
Em contrapartida, investir em ações é uma abordagem interessante para quem está de olho na aposentadoria. Criar um portfólio diversificado de ativos e seguir uma estratégia de longo prazo pode resultar em ótima rentabilidade, acima da inflação.
Assim, se o seu intuito é expandir o patrimônio e poder se aposentar com condições financeiras melhores, o mercado apresenta um grande potencial para a sua carteira.
7. Bonificações e dividendos
Trabalhando em vendas, você sabe que, vez ou outra, pode receber um bônus ou comissão que se soma ao salário-base e faz toda diferença para sua vida financeira.
O mercado de ações também oferece esse tipo de compensação, na forma de bonificações ou partilha de dividendos. Assim, quando os ativos de uma empresa são valorizados, o lucro líquido pode ser repartido entre os acionistas.
O rendimento varia conforme a quantidade de papéis que possui. De qualquer forma, é uma possibilidade de ganho que vai além da compra e venda de títulos.
Leia também: Tipos de investimentos para iniciantes: quais são os principais?
Desvantagens de investir em ações
Apesar de vantagens claras e muitos motivos para investir em ações, não podemos ignorar os riscos da modalidade. Assim, antes de descobrir o que analisar para investir em ações, confira os principais desafios desse mercado:
- o mercado de ações é volátil, podendo flutuar bastante em curto prazo — esteja preparado;
- muitos fatores externos podem impactar o preço dos papéis, como taxas de juros, cenário político e crises econômicas;
- há risco de baixa liquidez (quando não há procura pelos seus títulos), sendo difícil vender ações no preço que considera ideal;
- o seu investimento fica sujeito ao desempenho de uma organização, portanto, não há como controlar ou prever eventos que causam desvalorização, como queda de performance ou problemas reputacionais;
- não há nenhuma garantia de retorno no investimento em ações;
- identificar oportunidades, escolher ações valiosas e gerenciar a estratégia de aplicação depende de estudar e interpretar os dados complexos do mercado financeiro.
Como começar a investir em renda variável?
Para investir em renda variável, seja adquirindo ações de empresas, títulos de fundos imobiliários ou qualquer outro tipo, você precisa:
- conhecer o seu perfil de investidor;
- definir os objetivos financeiros;
- analisar o investimento;
- compreender os riscos;
- entender o processo de negociação.
O perfil de investidor ajuda a encontrar opções mais alinhadas às suas expectativas, indo do mais conservador ao mais arrojado. Da mesma forma, é essencial estabelecer metas para seus investimentos em curto, médio e longo prazos.
Como falado, comprar ações é uma modalidade mais adequada para objetivos financeiros de longo prazo.
Depois de criar a base do planejamento, é hora de analisar os dados técnicos e fundamentais do investimento. Levantar essas informações ajuda a escolher a alternativa mais interessante e a formar uma carteira bem diversificada.
É um processo similar ao que se faz para gerenciar times de vendas. Primeiro, você faz um estudo detalhado sobre o comportamento do público, entende as regras do jogo, define seus objetivos e depois desenha o caminho até eles.
Você também pode se interessar por: Quais os tipos de mindset? Diferenças e como usar em vendas
O que analisar para investir em ações?
Saber o que analisar para investir em ações é necessário para gerenciar a aplicação da maneira correta, maximizando os lucros e cobrindo perdas que podem ocorrer. O mercado financeiro flutua e você precisa estar preparado.
Diante desse cenário, as métricas mais importantes para os títulos de renda variável:
- Preço sobre Valor Patrimonial;
- Preço sobre Lucro;
- Return on Equity;
- Rendimento de Dividendos;
- Dados das empresas.
1. Preço sobre Valor Patrimonial (VPA)
O Preço sobre Valor Patrimonial, conhecido pela sigla VPA, permite descobrir se uma ação está cara ou barata. O cálculo é feito ao dividir o preço de uma única ação pelo número total de títulos da organização.
Em geral, resultados mais baixos representam oportunidades de lucro por haver chances de valorização futura. Porém, existem outros fatores que devem ser considerados na hora da decisão, como reputação da empresa, segmento de atuação, estratégias e metas para os próximos períodos, entre outros.
2. Preço sobre Lucro (P/L)
O Preço sobre Lucro é obtido ao dividir o custo para aquisição de um título sobre o LPA, projeção de lucro por ação criada pela empresa dona do capital. É uma métrica que precisa ser avaliada de maneira mais profunda, por apresentar muitas nuances no resultado.
O indicador pode representar o nível de confiança, a possibilidade de valorização ou como estão as expectativas do mercado em relação à organização.
3. Return on Equity (ROE)
Return on Equity, ROE para os íntimos, mede a proporção de retorno para cada acionista. É similar ao ROI, muito conhecido para a gestão de vendas e marketing. O cálculo divide o lucro pelo patrimônio declarado pela empresa, ambos valores líquidos.
Para saber mais sobre o que é ROE e o que a métrica representa, o vídeo abaixo pode ajudar:
4. Rendimento de Dividendos
Também conhecido como Dividend Yield ou DY, esse indicador mostra a possibilidade de rendimento que será pago por cada ação, dividindo o lucro obtido pelo preço atual dos títulos. É uma forma de avaliar se a remuneração periódica vale a pena ou não.
5. Reputação e dados da empresa
Não há como listar o que analisar para investir em ações sem mencionar as informações da própria empresa. É muito importante conferir os últimos balanços patrimoniais emitidos, bem como demonstrativos de resultado, de fluxo de caixa e outros.
Além disso, fique de olho na reputação da organização, pois como ela é enxergada pelo mercado financeiro e pelo público influencia bastante o potencial de valorização. Marcas que não desfrutam de uma imagem confiável ou que falham em se manter conforme as boas práticas de cada segmento exigem cautela.
Da mesma forma, vale a pena observar cada ação de uma perspectiva mais ampla. Análises macroeconômicas também ajudam a mostrar o potencial de cada nicho de mercado.
Confira esse post: Investimentos para empresas: veja os tipos e como funcionam!
Vencendo desafios em vendas e investimentos
Assim que você entra no mundo da renda variável, domina os indicadores e entende o que analisar para investir em ações com boa rentabilidade, pode usar esse conhecimento sobre o mercado para o seu dia a dia.
Da mesma forma, a sua experiência como vendedor pode ser proveitosa para se tornar um bom investidor.
Isso porque a profissão estimula a inteligência emocional, o pensamento analítico e o faro para oportunidades, sem mencionar as comissões e bônus que recebe, ideais para formar seu capital inicial.
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