Sem a sua equipe, não há desenvolvimento de produto, não há processos, e não há entrega ao cliente. É o que vemos no livro Os 5 Desafios das Equipes.
Principais aprendizados deste artigo:
- Para construir um negócio de sucesso, é preciso gerir uma equipe de alta performance, que seja capaz de focar nos resultados e priorizar o trabalho em equipe.
- A avaliação 360º é uma das ferramentas que podem ser aplicadas para quebrar a falta de confiança e transparência nas equipes.
- Para resolver conflitos pacificamente, é importante comunicar-se com empatia, respeito e honestidade. A comunicação não-violenta é uma prática que fomenta esse comportamento e equilibra os pontos de vista de cada membro do time.
- A falta de atenção aos resultados pode ser solucionada por meio da exposição constante dos resultados da equipe. Para isso, é necessário definir os KPIs e métricas necessários para acompanhamento. Conheça os principais KPIs de vendas com nosso Guia de KPIs de Vendas.
Sem a sua equipe, uma empresa simplesmente não funciona.
E é por essa razão que, no meio de tantas inovações tecnológicas, tantas metodologias e tantos investimentos, a equipe continua sendo o pilar mais fundamental para que uma empresa atinja seus objetivos.
Este é o verdadeiro potencial de uma equipe. Ela pode levar um negócio ao mais elevado sucesso. Mas ela também pode, mesmo fazendo uso de tecnologias de ponta, levar uma empresa ao fracasso.
Tendo consciência disso, o presidente e fundador da The Table Group, Patrick Lencioni lançou, em 2002, o livro Os 5 Desafios das Equipes, onde aponta as razões por trás das disfunções dos times improdutivos, desfocados e que não entregam resultados.
Para auxiliar os leitores, Patrick também cita maneiras práticas de contornar estes obstáculos e construir uma equipe unida, colaborativa e de alta performance.
Reunimos todos estes aprendizados neste artigo. Para conferir tudo, basta continuar a leitura!
Quem é Patrick Lencioni, autor de Os 5 Desafios das Equipes?
Patrick Lencioni é um dos fundadores da consolidada The Table Group e foi um dos primeiros exploradores do movimento de saúde organizacional.
O expert já trabalhou em outras gigantes como Bain & Company, Oracle Corporation e Sybase, e agora passa seu tempo escrevendo sobre liderança, trabalho em equipe e gestão organizacional.
Já possui 13 livros públicos, que venderam mais de 6 milhões de cópias, traduzidos em 30 idiomas.
O livro Os 5 Desafios das Equipes foi publicado em 2002 e, apesar de ter sido lançado há 20 anos, fornece ensinamentos mais do que relevantes para os dias atuais.
Para saber quais são, continue acompanhando o artigo!
Lições do livro Os 5 Desafios das Equipes
A equipe é a maior vantagem competitiva de uma empresa, e os resultados são o reflexo de seu desempenho. Quando profissionais de um time remam na mesma direção, promovem mudanças importantes e duradouras.
Mas é claro que este é o cenário perfeito. Tão perfeito que parece ser inalcançável, o que não é uma verdade.
Por outro lado, é nítido que algumas equipes apresentam problemas sérios com relação ao trabalho em equipe e foco nos resultados.
Patrick Lencioni destaca os cinco maiores desafios que contribuem para estes problemas, e também compartilha ferramentas que podem ajudar a mudar a cultura da sua equipe.
Essa mudança de comportamento, que acontece no dia a dia, é capaz de fazer o time alcançar os resultados esperados.
No entanto, esta é uma missão nada glamurosa. Ajustar um time em crise exige resiliência e paciência.
Segundo Patrick, os cinco desafios das equipes são:
- Falta de confiança;
- Medo de conflitos;
- Falta de comprometimento;
- Evitar responsabilizar os outros;
- Falta de atenção aos resultados.
A seguir, entenda mais profundamente quais comportamentos permeiam cada um destes desafios, e como solucioná-los.
1. Falta de confiança
A falta de confiança nos colegas de equipe e nos líderes torna os colaboradores defensivos e inseguros.
Com o objetivo de se protegerem, os membros da equipe escondem suas fraquezas e seus erros, por enxergarem falta de cumplicidade pelos seus colegas.
Ao se fecharem, as equipes com falta de confiança, hesitam em pedir ajuda e feedbacks, tiram conclusões precipitadas, sem tentar esclarecê-las, não reconhecem o trabalho uns dos outros e moldam seu comportamento apenas para causar boa impressão.
Tudo isso afasta os colaboradores, e outros aspectos começam a tomar mais importância do que os resultados, como a individualidade e as desavenças.
Como enfrentar este desafio?
Uma das maneiras que o autor cita para superar este desafio é compartilhando histórias pessoais.
O objetivo não é expor ninguém mas, sim, compartilhar vivências ou preferências capazes de gerar identificação e empatia. Pode ser que os colaboradores tenham muito em comum e nem saibam disso.
Outra ferramenta mencionada por Patrick é a avaliação 360º. Trata-se de uma modalidade de avaliação que foca em obter um leque de opinião mais vasto sobre um funcionário. Para tanto, são considerados os feedbacks do líder, dos colegas e do próprio colaborador.
Como efeito, os funcionários entendem a percepção que seus colegas têm sobre seu desempenho, podem compreender como são vistos pela equipe e buscam a melhoria manter ou melhorar o que acham deles.
2. Medo de conflitos
Os conflitos são vistos como um comportamento negativo, mas na verdade, eles são uma ferramenta ótima para alinhar as arestas e expectativas. Para qualquer tipo de relacionamento, os conflitos são necessários para a construção de uma parceria sólida e duradoura.
Ao contrário do que se imagina, o conflito não é um sinônimo de agressividade, falta de respeito ou opressão. Na verdade, é uma discussão, uma troca de ideias e percepções que ajudam as pessoas a se manterem em constante comunicação e movimento.
Resistir aos conflitos gera diversos impactos negativos para uma equipe, como:
- Reuniões improdutivas e chatas;
- Politicagens desnecessárias;
- Negligência de pautas importantes para o sucesso do time.
Quando uma equipe se envolve em conflitos pacíficos, as reuniões são cheias de ideias valiosas e pontos de vista diferentes. As pessoas se disponibilizam para discussões que ampliam suas percepções, considerando outros fatores que poderiam estar deixando passar.
Com isso, podem detectar e resolver problemas com muita rapidez e colocam em cheque questões que são essenciais para a boa dinâmica da equipe.
Como enfrentar este desafio?
A comunicação não-violenta é um dos caminhos para encarar os conflitos de maneira saudável, visando resoluções práticas e perceptíveis no dia a dia.
Essa prática mira na comunicação através da empatia, clareza e respeito mútuo. Para fazer isso da melhor forma, existem quatro elementos-chave que devem ser seguidos:
- Observar sem julgar;
- Identificar sentimentos;
- Assumir responsabilidades;
- Fazer pedidos.
Na prática, uma maneira de aplicar a comunicação não-violenta seria trocando, por exemplo, a frase “você sempre faz pedidos na última hora”, por “você fez seus dois últimos últimos pedidos sem prazo hábil de entrega”.
Os conflitos ficaram mais calorosos do que deviam? Veja cinco dicas que podem te ajudar a solucioná-los:
3. Falta de comprometimento
Quando as pessoas não expressam suas opiniões e não se sentem ouvidas, elas não se comprometem. Afinal, elas se sentem reprimidas de alguma forma.
Nesse contexto, por que, então, um colaborador que não é valorizado se esforça para alcançar os melhores resultados junto com a sua equipe?
Isso se reflete diretamente nos resultados e, sobretudo, em sua participação em reuniões e outras interações, favorecendo até a incapacidade de assimilar o que foi decidido.
Um colaborador descomprometido, por exemplo, evita expor sua opinião, já que sabe que não será levada em consideração, o que, por sua vez, alimenta a falta de confiança e o medo de errar.
Por outro lado, uma equipe comprometida age com mais clareza e transparência, sabe que seu ponto de vista é relevante e faz questão de o expor para que, caso a equipe precise mudar de direção, não haverá hesitação de sua parte.
Desse modo, a capacidade de aprender com os erros é incentivada, porque o comprometimento sólido busca sempre a melhoria contínua.
Como enfrentar este desafio?
O autor de Os 5 Desafios das Equipes sublinha três dicas que podem ajudar:
- Mensagem em massa: ao final de uma reunião, a equipe deve decidir o que será e o que não será comunicado para o restante da equipe. Os membros devem colocar em pauta possíveis consequências antes de se moverem para determinada ação.
- Prazos: prazos claros geram comprometimento e disciplina. Um cronograma bem definido é essencial para colocar todos na mesma página.
- Análise do pior cenário possível: deixar claro qual seria o pior cenário possível. Consciente de que se uma decisão tomada for equivocada, a equipe poderá contornar a situação sem danificar a operação da empresa.
4. Evitar responsabilizar os outros
Responsabilizar os outros é chamar a atenção ou corrigir colegas em relação ao seu desempenho. Pode parecer uma atitude meio intrusiva, mas não é. Até porque estão todos correndo atrás do mesmo objetivo, e se alguém perceber que um colega está fazendo alguma ação do modo errado, ou que poderia melhorar de alguma forma, ele tem espaço para fazer isso.
É um time, e o entrosamento do time não é feito apenas pelo líder. Os membros da equipe podem se dar a esse direito, mas somente se souberem exatamente quais são as expectativas de resultado e desempenho de cada pessoa.
Como enfrentar este desafio?
Alinhar as expectativas de resultado e desempenho é crucial para não causar discórdias.
Quando isso é esclarecido, todos membros que tiveram um desempenho que poderia ter sido melhor, se sentem pressionados a entregar resultados mais satisfatórios. Além disso, erros e retrabalhos podem ser facilmente resolvidos com essa prática.
Reuniões de alinhamento podem ajudar a reforçar os objetivos e padrões esperados. Revisões periódicas de processos e recompensas para a equipe também entram neste cálculo.
Veja também 10 dicas sobre gestão de equipes de vendas:
5. Falta de atenção aos resultados
A falta de atenção aos resultados é aquilo que impede que a equipe foque naquilo que realmente importa.
Isso pode ser gerado por dois fatores:
- Status da equipe: alguns membros podem se sentir satisfeitos e realizados apenas por fazerem parte do time ou da organização. Quando isso acontece, deixam de se dedicar ou de fazer um esforço extra para conquistar mais resultados. No livro, o autor explica que isso ocorre principalmente em ONGs, departamentos acadêmicos, e grupos políticos. Neste cenário, o fato de serem parte de tal ecossistema, é o suficiente para se perceberem completos.
- Status individual: refere-se aos membros que focam apenas na sua evolução profissional. Os resultados da equipe ficam em segundo plano. O que interessa, nesse contexto, é o que eles precisam fazer para cumprir com seu plano de carreira. De acordo com Lencioni, este é o mais árduo desafio dentre todos os citados anteriormente, porque envolve uma questão muito pessoal, o que dificulta a mudança de mentalidade dessas pessoas.
Como resultado, uma equipe que demonstra falta de atenção aos resultados fica estagnada, não se esforça para superar a concorrência, se afasta do objetivo principal e se torna o motivo pelo qual bons funcionários pedem demissão.
Em um cenário ideal, as equipes possuem foco total no objetivo e, dessa forma, reduzem o comportamento minimalista, evitam distrações, comemoram resultados e não se sentem confortáveis com o fracasso.
Como enfrentar este desafio?
Uma forma de resolver isso é por meio da declaração pública de resultados.
É preciso reportar ao grupo sua evolução, e essa evolução deve ser apontada através dos resultados. Para isso, faça uma exposição constante dos resultados.
Uma ferramenta que facilita este processo é o OKR, uma estratégia para facilitar a definição e o acompanhamento dos objetivos da empresa.
Para saber mais, aproveite e confira nosso artigo: O que é OKR + 6 perguntas para entender o sistema
Quem deve ler Os 5 Desafios das Equipes?
A leitura da obra é recomendada para todos os líderes e empreendedores, principalmente aqueles que se identificaram fortemente com algum dos desafios citados.
Vale ressaltar que as disfunções mencionadas não podem ser tratadas isoladamente. Você deve ter percebido que uma colabora para o agravamento da outra e vice-versa, não é mesmo?
É esta característica que torna as mudanças tão trabalhosas. Mas se você deseja gerir uma equipe de alto desempenho, é crucial se dedicar para transformar este cenário.
E para complementar seus conhecimentos em gestão de equipes, confira também nosso e-book: Gestão de Equipe de Vendas: Guia completo para líderes